terça-feira, 31 de agosto de 2010

Review: Batman # 93

Quando fiz alguns comentários sobre a edição anterior, não pretendia fazer um review das seguintes. Mas após ler a continuação de Batman & Robin, achei a história tão incrível que acabei mudando de ideia.


Considero essa a melhor revista mensal da Panini do mês de agosto. E por quê? Bem, Morrison consegue construir personalidades marcantes para os personagens. Nessa edição conseguimos entender melhor a forma de pensar e as motivações das personagens envolvidas, o que enriquece a trama, principalmente pelos fatores psicológicos envolvidos e pelas sutis referências ao passado dessas personagens (coisa que todo leitor de HQ´s aprecia).


Quanto à história, aqui temos o desdobramento dos fatos apresentados antes e conhecemos melhor o vilão Porko. Ele possui um circo de aberrações e é completamente insano, o que é requisito essencial para um vilão do Batman.   =P


Porko costuma desfigurar suas vítimas e auxiliares, implantando neles máscaras disformes e destruindo suas personalidades com uma droga muito peculiar e que se assemelha a um vírus. Grant Morrison teve uma boa sacada ao utilizar a temática circense na primeira história de seu novo Batman. Dick Grayson era filho de trapezistas e toda sua infância foi passada em um circo. Assim, é fácil para Grayson identificar gírias circenses e descobrir pistas fundamentais para o caso.  



No review anterior eu havia dito que Frank Quitely não tem um traço muito apropriado para o Batman, mas, depois de ver a cena ao lado eu quase mudei de opinião. Esse é o quadro que inicia a história e percebemos claramente a frustração de Dick. Nele percebemos que ele se sente mal, por ser impelido a fazer algo que não quer (se tornar Batman) e perceber que pode não estar à altura da tarefa. Todos nós já passamos por uma situação semelhante. E a forma como essa cena foi retratada é brilhante, porque expressa tudo aquilo que a personagem sente. 
Também podemos observar que Alfred continua fazendo o papel de pai e de conselheiro, tal como na época de Bruce Wayne (aliás, esse desenho também mostra o lado paternal de Alfred e isso também confere à imagem uma grande beleza).  Mas Dick e Bruce são pessoas diferentes e Alfred sabe disso muito bem. Por isso, nada de diálogos irônicos ou discussões filosóficas (tão comuns no trato com o Batman original). O mordomo busca consolar e animar Dick evocando a família Grayson, os valores recebidos dela e, principalmente, as lembranças do circo onde Dick viveu. A máxima de que "o show deve continuar" atua como uma injeção de ânimo e faz o novo Batman recobrar seu entusiasmo. 

Grayson percebe, com certa melancolia, que apesar de usar o capuz de seu mentor, não é igual a Bruce e provavelmente nunca será. Portanto, Dick deve agir de forma diferente, ser ele mesmo e procurar seguir um caminho próprio. Nesse breve diálogo com o mordomo Morrison conseguiu aprofundar mais a personalidade de Dick do que muitos roteiristas, em vários anos de revista solo do Asa Noturna. Assim, temos algumas diferenças no modus operandi do Morcego, o que não deixa de passar despercebido aos policiais de Gotham e, principalmente, ao comissário Gordon.

E como era de se esperar, o relacionamento entre Dick e Damian continua tenso. O rapaz é impulsivo e descontrolado, enquanto Grayson é calmo e descontraído. Os dois não poderiam ser mais diferentes, mas por obra do destino tem de trabalhar juntos. Nessa edição testemunhamos uma discussão entre eles e, nela, entendemos melhor o pequeno Damian. Imaginem como deve ser difícil para uma criança ver alguém vestido como seu recém-falecido pai e, ainda, ter de conviver com esse alguém. Esse detalhe, tão bem explorado pelo Morrison, me fez ver o moleque de forma diferente. Percebemos, com isso, que Damian esconde sua tristeza e insegurança por trás de uma máscara de arrogância, o que é bastante comum em um pré-adolescente. 

Esses pequenos mas importantíssimos detalhes tornam essa uma das melhores histórias do Batman dos últimos anos. Além disso, os personagens coadjuvantes concebidos pela mente insana do escocês engrandecem a trama e também merecem uma menção honrosa. Palmas para Morrison e Quitely.


A outra história do título tem roteiro de Paul Dini, famoso pelas adaptações dos heróis da DC em animações e longa-metragens, durante a década de 1990. Trata-se da continuação do arco que se iniciou na edição anterior e a sequência se revelou mais interessante do que a primeira parte. Dini procura delinear melhor o novo status de Gotham, agora sob o comando do Máscara Negra. E também apresenta um novo capítulo na vida de Tommy Elliot, o mala criado por Jeph Loeb em Silêncio.

Sempre achei o Silêncio um vilão meia-boca. Por mais que os roteiristas tentassem retratá-lo como alguém perigoso, ele nunca conseguiu cativar os leitores. E não é para menos: o vilão não tem o menor carisma. Mas Dini usa a personagem de forma inteligente e provoca uma certa aflição quando o plano de Elliot fica claro: sabotar a nova dupla dinâmica dilapidando a fortuna Wayne. Ora, Ra´s Al Ghul deduziu que Bruce Wayne era o Batman pelo simples motivo do milionário ser o único em Gotham com recursos financeiros capazes de sustentar o vigiliante. Sem a grana, nada de equipamentos, armas, veículos e todos os acessórios necessários para o Morcego realizar seu trabalho. Ponto para Paul Dini. 

Mais uma vez, terminei de ler a revista com a sensação de que ela valeu o preço de capa. Nota 10!!




terça-feira, 24 de agosto de 2010

Bienal do Livro 2010





Costumo frequentar a Bienal do Livro há muito tempo. E esse ano somente pude visitar a feira na última sexta feira (20/08). Mas ao contrário das outras vezes, não conferi a programação e praticamente "cai de pára-quédas" no evento.

O grande diferencial desta Bienal foi a presença maciça de e-books, dos mais variados tipos e marcas. A tecnologia realmente vem tomando espaço e o número de visitantes nos estandes desses equipamentos era muito grande.

Como sempre, marquei presença no estande da loja Comix, que estava oferecendo 20% de desconto sobre o preço de capa de algumas HQ´s. Então não resisti e comprei um encadernado que venho desejando há muitos anos: Demolidor: O Homem Sem Medo. Trata-se de uma edição especial que reúne os números 1 a 5 da mini-série do mesmo título, publicada pela primeira vez em 1994 (nos E.U.A.) e republicada diversas vezes, inclusive aqui no Brasil, pela Editora Abril. 




Mas nem tudo são flores. Percebi que essa nova edição da Panini tem alguns problemas na adaptação/tradução, que ficou a cargo de Jotapê Martins e Fernando Lopes. Por exemplo: o nome da personagem no original é Daredevil, uma palavra que não possui tradução exata para o português, mas que significa audacioso, ousado, aventureiro. Na página 150, há um jogo de palavras com o termo demônio (devil, em inglês) quando Larks diz (na versão original): "Who the hell are you?!?", ou "Quem diabos é você?!?", Matt responde: "Call me Daredevil", ou "Me chame de Daredevil". Esse é um momento de clímax na história, porque é nele em que  Matt escolhe seu "nome de guerra". O jogo de palavras  torna o diálogo muito interessante.  


É claro que, pela adaptação do nome do herói no Brasil não seria possível manter o sentido original do diálogo, mas os tradutores poderiam muito bem ter preservado a pergunta de Larks na sua forma original e fugir do clichê "Quem é você?", como consta no encadernado... Hoje as pessoas dominam melhor o inglês e, sobretudo, tem maior contato com o material americano por causa da internet, de modo que essas falhas na adaptação não passam despercebidas. Os fãs do demônio com certeza conhecem seu nome original e obviamente iriam gostar muito desse trecho da mini, caso o sentido das frases não fosse perdido. Agora entendo porque muita gente critica o trabalho do Jotapê... essas escolhas erradas não são próprias de alguém que acompanha os quadrinhos há tantos anos.

Mas enfim, de volta ao assunto, aproveitei a oportunidade para completar minha coleção de mini-pockets de Shakespeare da editora LPM. Aliás, essa editora tem o mérito de conseguir lançar, com sucesso, uma série de clássicos da literatura universal num formato bastante acessível e que hoje alcança a impressionante marca de 900 títulos já publicados.

E quando eu achava que já não haveria mais nenhuma novidade, passei pelo estande da Panini e lá pude observar uma pequena fila no corredor, na parte lateral. De longe, pude notar que havia uma mesa com três pessoas desenhando, mas não pude identificá-las por causa dos visitantes que estavam à minha frente. Aos poucos eu consegui me aproximar e reparei em alguém que eu achava já ter visto na net. Passei a observar então os desenhos que os caras estavam fazendo e, pelo traço, identifiquei um deles, mas, só para ter certeza, vi o crachá de identificação, onde estava escrito "Ivan Reis"



 Siiiiiimmmmmmm! Eu tive a sorte de ir à Bienal justamente no dia em que o desenhista Ivan Reis participou de algumas atividades no estande da Panini. Imediatamente, entrei no estande e procurei uma revista do Lanterna Verde para comprar e pedir autógrafo, mas só achei a edição # 0 da Noite Mais Densa. Peguei dois exemplares (um para meu amigo e sócio), mas a fila do caixa era gigantesca. Pedi então para minha namorada guardar um lugar na outra fila onde o pessoal estava conversando com o Ivan Reis. Pouco depois, ela retornou para me dizer que o bate-papo com os desenhistas estava sendo encerrado e somente as pessoas que já estavam na fila poderiam conseguir autógrafos. Nesse momento eu fiquei muuuuuuiiiiiiiiito frustrado. É claro que, seu eu soubesse que o Ivan iria naquele dia, teria ido logo para o estande da Panini e reservado meu lugar mas, como cometi o erro de não ver a programação, fiquei bastante chateado. 



Então tive a ideia de pedir a um dos expositores da Panini que conseguisse apenas os autógrafos nas edições que eu iria comprar. Os caras da Panini foram muito legais e levaram os exemplares para serem autografados e eu ainda pude falar à distância e brevemente com o Ivan. Ao lado dele estavam os arte-finalistas Joe Prado e Oclair Albert. Para quem não os conhece, é possível ler a respeito desses grandes profissionais brasileiros aqui e aqui. Não achei nenhuma biografia do Oclair na net, mas sei que ele é responsável pela arte-final da série A Noite Mais Densa e que já foi indicado ao prêmio Eisner por seus trabalhos. 


Quando Joe Prado me passou as revistas autografadas, ele também brincou e perguntou se eu iria colocar aquelas revistas no e-bay. Eu respondi que não, porque elas eram inestimáveis. E são mesmo! Não é qualquer dia que se consegue um autógrafo de três dos melhores artistas de quadrinhos da atualidade. E com certeza, elas serão uma feliz lembrança para o resto da minha vida.



Passado o deslumbramento com meu autógrafo personalizado, pude observar que a Panini montou um estande muito legal, com um espaço onde estava um batmóvel e grandes pôsteres da batcaverna mostrada em Silêncio (Hush) e da capa da primeira edição do arco de Jeph Loeb e Jim Lee, além de outros pôsteres menores de artistas diversos.




E assim encerrei minha visita com um saldo mais que positivo. Agradeço muito ao pessoal do estande da Panini e ao Ivan Reis, Joe Prado e Oclair Albert. Desejo boa sorte a esses grandes brasileiros e exímios profissionais. Muito obrigado pessoal!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Inseption







Era uma noite fria de agosto, mas mesmo assim fui ver Inseption (A Origem, no Brasil).E o que dizer do filme? Bem, linearidade é para os fracos. O filme é apresentado em fragmentos que vão se conectando no decorrer da exibição. Na trama, conhecemos Don Cobb (Leonardo DiCaprio), um "especialista" em furtar ideias da mente alheia, que age juntamente com seu amigo Arthur (Joseph Gordon-Levitt). Mas o golpe encomendado por um conglomerado mafioso dá errado e ambos não tem outra opção senão trabalhar justamente para o "alvo" de seu golpe fracassado, o executivo e gângster Saito (Ken Watanabe). A missão consiste em implantar uma ideia na mente do herdeiro de um grande magnata (Fischer Jr., vivido por Cillian Murphy), de modo que esse herdeiro não comprometa o futuro da empresa de Saito.

E para obter a ajuda de Cobb, Saito oferece a única coisa que ele deseja: a oportunidade de poder voltar aos E.U.A., onde ele é procurado por um crime que não cometeu. A partir daí Arthur, Cobb e Saito passam a recrutar membros para a equipe que irá empreender a missão: Yusuf (Dileep Rao), um químico para preparar os sedativos necessários para induzir a um estado de sono profundo; um falsificador e faz-tudo chamado Eames (Tom Hardy) e uma "arquiteta" chamada Ariadne (Ellen Page), cujo nome não foi escolhido por acaso. De fato, na mitologia grega, Ariadne era a filha do Rei Minos, que ajudou seu amado Teseu a matar o minotauro e sair do labirinto onde a fera habitava, entregando ao rapaz uma espada e um novelo de lã para marcar o caminho de ida e volta até a entrada.  

E assim como na mitologia, Ariadne é a responsável por criar os ambientes oníricos utilizados pelos personagens para implantar o sofisma desejado na mente do herdeiro do magnata e traçar a rota para a equipe chegar ao objetivo. Por meio dela aprendemos como Cobb trabalha nos sonhos e, ao mesmo tempo, a personagem serve como âncora para seu mentor, ajudando-o a superar um grande trauma que permanece em seu subconsciente. Não pretendo avançar na trama, para evitar spoilers e comprometer o prazer de quem pretende assistir o filme. Mas posso adiantar uma coisa: é preciso prestar muita atenção no totem que Cobb carrega e, principalmente, no que é dito sobre ele, porque isso é fundamental para se compreender o final.

Particularmente gostei da interpretação de Tom Hardy e muitas vezes percebemos que Eames é muito mais eficiente e astuto do que Cobb. Mas a política da boa vizinhança impõe que o coadjuvante não ofusque (muito) o ator principal e Hardy soube se destacar dentro de certos limites. Também acho que Joseph Gordon-Levitt está em seu melhor papel (bem, pelo menos dessa vez ele não estraga a personagem). Os demais atores não comprometem e cumprem seus objetivos.

O roteiro poderia ser melhor elaborado, já que alguns personagens, como Arthur, não tem outra motivação aparente para aceitar a missão, a não ser a boa e velha desculpa de ajudar o amigo. Arthur, Ariadne e Cobb são os únicos que não trabalham por dinheiro. O primeiro, como eu disse, não tem uma motivação bem definida, o que empobrece a personagem. Ariadne é adolescente, e como todos na sua idade, quer passar por novas experiências e descobrir coisas novas, o que me parece algo bastante aceitável. Já Cobb age apenas para tentar recuperar aquilo que considera mais importante em sua vida.

A trilha sonora é bastante competente e não poderíamos esperar menos do veterano Hans Zimmer. Na direção, Christopher Nolan mostra que é um dos melhores diretores de Hollywood atualmente, mas não podemos deixar de comparar Inseption com outro trabalho do diretor: Amnesia ou Memento. O roteiro fragmentado e a exploração pelo subconsciente da personagem principal são pontos em comum entre os dois filmes.







O conceito do filme não é original. E eu não fui o primeiro a notar isso. E não, não estou falando de Matrix. Aliás, não pretendo falar sobre a linha tênue que separa realidade e sonho,   até porque a maioria dos críticos já falou o suficiente sobre isso, tanto na trilogia dos irmãos Wachowski quanto no novo filme de Chris Nolan.

Na verdade, quando disse que o conceito não era original eu me referia ao Máscara Noturna, um "herói" criado para o Novo Universo, um selo da Marvel Comics do início da década de 1980. Como os demais personagens do Novo Universo, o Máscara Noturna se distanciava dos padrões clássicos dos super-heróis e abordava questões mais "realistas" e algumas até então inéditas para os comics

O Máscara era Keith Rensem, um jovem que sofreu um acidente de avião quando viajava com sua família. Ele e sua irmã foram os únicos sobreviventes do desastre. Keith permaneceu em coma por um ano e por conta do acidente permaneceu com uma cicatriz em forma de meia-lua em sua testa. Posteriormente ele descobriu que podia entrar no sonho das pessoas e que, no mundo onírico, conseguia manter um elo com sua irmã. Essa irmã, assim como a Ariadne mitológica, era a responsável por guiar Keith de volta à realidade. Keith era uma pessoa comum e só se manifestava com o uniforme e certas habilidades no mundo dos sonhos. Ele e sua irmã eram membros de um instituto de psicologia que ajudava pessoas com problemas que, em geral, se manifestavam pelos sonhos. Infelizmente o Novo Universo não atingiu as metas de vendas esperadas e foi cancelado depois de algum tempo. 

Voltando ao filme, Inseption me fez pensar em algumas coisas, como o valor de uma ideia e sua relação com os sonhos. O mundo poderia ser completamente diferente se Alexandre não tivesse a ideia de dominar a Grécia e o império Persa, avançando por todo o mundo conhecido até então. Ou se Colombo não tivesse a ideia de cruzar o oceano, numa viagem que o levaria a descobrir a América. Exemplos não faltam. E podemos perceber que, muitas vezes, a palavra sonho é associada a ideias, ou ideais, ou metas. O discurso mais famoso de Luther King chama-se I have a dream, ou "Eu tenho um sonho" e, nele, o famoso pastor falava sobre seu desejo de ver posta em prática a igualdade de direitos para brancos e negros. Há uma relação muito profunda, portanto, entre as ideias e os sonhos. Uma ideia pode ter valor inestimável, porque ela pode mudar o mundo. 

Pensando assim, o fato de se utilizar os sonhos para se implantar uma ideia não parece tão absurdo, não é mesmo? Nos sonhos, ou em nossas ideias, costumamos projetar aquilo que queremos ser, não o que somos. Às vezes agimos de acordo com essas projeções, mas, em situações críticas, costumamos agir conforme nossa verdadeira personalidade e, não raro, nos sentimos culpados e tristes por isso. Platão dividia a realidade basicamente em dois planos: o mundo ideal e o mundo real e, segundo ele, os homens deviam buscar aproximar os dois mundos, tornando o segundo mais parecido com o primeiro, onde prevaleciam virtudes e ordem. 

Em Inseption, Cobb e Arthur são contratados para agir de acordo com os interesses de um conglomerado corrupto, passando por cima da vida de Fischer e daquilo que eventualmente ele poderia fazer para o mundo, com a tecnologia da empresa do pai. Não existe ética. Todas as personagens agem de forma egoísta e considero que muitas pessoas reais fariam o mesmo. 


Hoje em dia as empresas valorizam apenas os funcionários que possuem "ambição", ou seja, o desejo de progredir na hierarquia de cargos e ganhar sempre mais dinheiro, a qualquer custo. O problema é que, nessa lógica, a ética e certos valores morais ficam para trás. E os empregadores não se importam com isso (apenas fingem que se importam). Muitos profissionais e empresários se valem dos mais variados tipos de golpes contra colegas ou concorrentes, em sua busca ensandecida pela ascensão social e profissional, assim como as personagens do filme. A espionagem industrial é comum nos dias atuais e acredito que muitas empresas somente não roubam  ou implantam ideias como Cobb simplesmente porque elas não dispõe de tecnologia ou dos meios necessários para tanto. 

E em meio a essas divagações, me pergunto que espécie de mundo estamos criando para as próximas gerações. Quando vejo uma realidade como a de Inseption, o que mais me incomoda é o fato de que aquela ficção se parece cada vez mais com a nossa realidade. E as pessoas não estão muito preocupadas com isso.