quinta-feira, 14 de julho de 2011

Transformers 3: O Lado Oculto da Lua



Vou ser honesto: não tinha grandes expectativas para esse filme. Como muitos outros fãs, eu esperava apenas que não fosse tão ruim quanto TF2: Revenge of the Fallen (ROTF). 

E o que dizer de TF3: Dark of the Moon (DOTM)? Bem, ele alcançou minha expectativa, no sentido de não ser ruim quanto seu antecessor, mas ainda assim não pode ser considerado  bom. "Mediano" seria um adjetivo mais adequado. 

O filme começa explorando a primeira viagem tripulada à Lua e, supostamente, o "verdadeiro objetivo" da missão: descobrir o que se encontra no Lado Escuro da Lua (no caso, uma espaçonave Autobot). Há cenas reais e reconstituições com sósias dos presidentes Kenedy e Nixon, nas quais o roteirista e o diretor decidiram massagear o ego dos americanos, mas tais cenas não acrescentam absolutamente NADA na história e poderiam perfeitamente ter sido resumidas em poucos minutos. 

As "patriotadas" típicas de Michael Bay também estão de volta, só que dessa vez o controverso diretor vai além: em um dado momento do filme, os Autobots participam de missões para "solucionar" conflitos humanos, como, por exemplo, atacar uma base nuclear considerada "ilegal" pelos EUA. Em outras palavras, os Autobots se tornaram agentes do governo americano, em troca de seu asilo no planeta Terra. Não preciso dizer o quanto isso foi dispensável, nem o quanto me enoja...

Outro "detalhe" que como sempre ganhou mais destaque do que deveria é a personagem Sam Witwick (Shia LaBeouf), agora recém-formado e desempregado. Como no filme anterior, seu relacionamento amoroso (com a modelo Rosie Huntington-Whiteley) é massante e, muitas vezes, a história pessoal de Sam atrapalha o desenvolvimento do filme, já que certos momentos de suspense ou ação são intercalados pela vidinha enfadonha da personagem.

O roteiro, a exemplo dos filmes anteriores, tem vários furos. Um dos maiores ocorre na cena onde Sentinel Prime é revivido na base do N.E.S.T. por Optimus e, imediatamente, passa a ter conhecimento do idioma inglês e das leis da física conhecidas pela humanidade (?!), apesar de nunca ter tido contato com os terrestres antes.

Há personagens sub-aproveitados, como o Shockwave (que aparentemente é o único Decepticon "não-figurante" que não fala inglês). É triste constatar que até o Laserbeak tem participação mais ativa no filme do que ele. 


E por falar em personagens, tenho que fazer uma menção sobre algo que me incomodou bastante. 


ATENÇÃO: SPOILERS ABAIXO!
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Optimus Prime extermina adversários caídos e que não oferecem qualquer possibilidade de resistência. Na luta final com Sentinel Prime, Optimus é salvo por Megatron, mas não demonstra nenhuma gratidão por isso. Pelo contrário, assim que se coloca de pé, Optimus ignora o pedido de trégua de Megatron e o ataca com uma selvageria extrema, eliminando-o. Em seguida, Optimus avança sobre Sentinel, que se encontra caído, desarmado e bastante avariado, de forma que não poderia mais representar nenhum perigo... e Optimus destrói Sentinel, enquanto ele se arrastava pelo chão. 


Sejamos francos: o que Optimus fez se chama E-XE-CU-ÇÃO. Foi algo torpe e nem um pouco digno para um líder Autobot. Talvez os americanos hoje aprovem esse tipo de atitude mas, considerando as milhões de crianças pelo mundo que assistiram e ainda vão assistir esse filme, só tenho a lamentar.  
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FIM DOS SPOILERS
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Mas nem tudo é ruim. Tive a oportunidade de assistir TF3 num cinema IMAX e tenho que reconhecer que esse filme superou os anteriores em matéria de efeitos especiais. Mas padece do mesmo problema que outras produções que se utilizam desse recurso, isto é, não exploram o IMAX e o 3D em seu potencial máximo, pelo menos não na maior parte do filme.

As cenas de ação também melhoraram, assim como as cenas de destruição. Podemos dizer que TF3 é um verdadeiro disaster movie. Também há um maior sentido para a cooperação entre Autobots e terrestres. Desta vez, há uma maior interação entre os robôs, o que contribui muito para o desenvolvimento da trama.






Algumas pessoas ficaram tristes com mortes de personagens carismáticos ou veteranos, mas, convenhamos, os Transformers estão em guerra e soldados morrem em guerras... Então até acho que nesse ponto há certa coerência.

Para um filme que se arrasta por mais de duas horas, achei o final meio "abrupto". Até permaneci na sala de cinema até o fim dos créditos, porque acreditava que iria haver uma "conclusão" para a trilogia, mas isso não aconteceu. Aliás, quem qualquer um que não seja fã de Transformers e assistir os 3 filmes em sequência vai achar tudo muito confuso. As tramas não são bem amarradas e isso se deve ao fato dos produtores não terem planejado e desenvolvido seu universo cinematográfico (como a Marvel fez, de forma até pioneira). Cada filme dos Transformers teve um time de roteiristas diferente e isso teve consequências. A pior delas é que eles se comunicam muito mal entre si e algumas referências citadas nas continuações sequer amenizam o problema. E até mesmo a possibilidade de uma nova trilogia (devido à imensa bilheteria de TF3) provavelmente não deve significar melhorias na qualidade das histórias, afinal, se o estúdio obtém um sucesso comercial incrível com um produto meia-boca, pra quê se dar ao trabalho de melhorar? 


Nota 7 (porque estou de bom humor).   =P