segunda-feira, 14 de março de 2011

Bravura Indômita



E aqui temos o filme mais injustiçado do Oscar 2011. Apesar de concorrer em dez categorias (entre elas melhor filme, melhor direção, melhor roteiro adaptado, melhor ator, melhor atriz coadjuvante...) o filme dirigido pelos irmãos Joel e Ethan Cohen não conseguiu levar nenhuma estatueta, enquanto aquela droga de "Alice" conseguiu duas.

Incrível como a Academia premia tantos filmes ruins. Assim fica evidente que os prêmios são concedidos por outras razões que não a arte em si (algum dia ainda vão abrir a "caixa preta" de Hollywood...).

Ok, este filme não é tão bom quanto O Discurso do Rei, mas ainda sim é melhor do que Alice.

Essa é uma nova versão do livro de Charles Portis ou, como muitos dizem por aí, um simples remake do filme clássico estrelado por John Wayne. Na história, o pai da menina Mattie Ross (interpretada de forma brilhante por Hailee Steinfeld) é assassinado por um de seus colaboradores em uma pequena cidade, o que desperta em Mattie um sentimento de vingança e de justiça (mas vale lembrar: na época do velho oeste, a "justiça" significa enforcar um assassino em praça pública). Não que eu ache isso absurdo, muito pelo contrário, com certeza esse procedimento deveria ser mantido, em se tratando de assassinos (e para alguns políticos, também).

O fato é que Mattie descobre que o assassino de seu pai, chamado Tom Chaney (Josh Brolin), fugiu da cidade para um território indígena, onde dificilmente será encontrado, devido à escassez de recursos disponíveis e ao fato de que o crime não seria tratado como prioridade pelos agentes da lei.

Para Mattie, a ideia do assassino de seu pai escapar impune era intolerável e ela decide contratar o agente federal Rooster Cogburn (Jeff Bridges) para caçar Chaney pelo território indígena. Contra a sua vontade, Mattie também recebe a ajuda do Texas Ranger LaBoeuf (Matt Damon). 

E já no início do filme percebemos que o adjetivo "bravura indômita" não se refere aos personagens masculinos, mas é atribuído à Mattie, que nunca recua diante dos muitos obstáculos que surgem em seu caminho. De fato, a menina parece obcecada pela ideia de vingança e a atriz que a interpreta soube transmitir muito bem essa característica da personagem. Mattie é decidida e durona, apesar de contar com apenas catorze anos. A parceria com Cogburn rende muitos momentos engraçados, mas, nos vinte minutos finais o filme se transforma em drama e assume um tom bem sério.

Em sua jornada, as três personagens vão descobrir muito uns sobre os outros, assim como sobre si mesmos. E acho que a interação entre elas só não é melhor porque Matt Damon não pareceu muito inspirado em seu papel (ou talvez porque tenha sido ofuscado pelo imenso talento de Hailee e Bridges).

Particularmente, não me importei muito com os tiros, enforcamentos, mutilações e demais mortes. O que me incomodou mesmo foram as cenas onde os cavalos morrem ou são sacrificados. Os animais sempre foram vítimas da estupidez humana...

Bravura Indômita é um bom filme e atende sua principal finalidade, a de entreter o público. E sem dúvida alguma vale o ingresso!



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