O principal motivo para que eu voltasse a comprar os títulos regulares do Batman foi justamente a elogiada passagem de Grant Morrison pelos roteiros da revista Batman & Robin.
E advinhem o que vocês NÃO VÃO encontrar nessa edição?
Pois bem, vamos aos fatos. Na continuação da história do Judd Winick, iniciada na edição anterior, Dick precisa enfrentar o Cara-de-Barro e um vilão de segunda que ninguém se lembrava mais, conhecido como Lyle Blanco, um mercenário super-metabolizado e ultra-resistente. Paralelamente, Duas-Caras começa a colocar em prática seu plano: contratar um meta-humano com habilidades de teletransporte para chegar à batcaverna.
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Sim, isso é surreal e é o tipo de ideia que somente poderia ter saído da cabeça doentia do Winick. E o traço do Mark Bagley também não ajuda a melhorar a qualidade desse arco.
Mas voltando ao assunto, quando Dick consegue se livrar da dupla de vilões, Alfred o avisa que alguém invadiu a caverna e por isso ele se dirige para lá, mas suspeitando de um alarme falso, já que não havia nenhum sinal de um possível inimigo no local. O Duas-Caras se aproveita do descuido do novo Batman e durante algum tempo chega a levar vantagem no confronto, mas Alfred auxilia Dick e o vilão finalmente é derrotado e preso... por pouco tempo, pois Harvey é resgatado pelos capangas do Máscara Negra.
O Pinguim também faz uma curta participação, na qual cai numa armadilha preparada pelo Máscara Negra. Pinguim é capturado e forçado a juntar-se à gangue do Máscara, sob pena de morte. E aqui finalmente descobrimos que, ao contrário do que eu pensei nas edições anteriores, essa história não se passa num momento cronológico posterior ao arco do Paul Dini, mas sim anterior.
Simplificando: Nas histórias do Paul Dini o Máscara Negra aparece como chefão absoluto do crime em Gotham, enquanto, nessa trama do Winick, Duas-Caras e Pinguim ainda lutavam pelo controle da cidade. Nessa edição descobrimos que o Máscara Negra consegue prevalecer sobre o Pinguim e o Duas-Caras, cooptando o primeiro para seu grupo e expulsando o segundo da cidade. Então, por uma questão de lógica, o segundo arco da revista (escrito por Dini) deveria ser o primeiro, ou pelo menos, o editor deveria fazer uma nota explicando essa questão cronológica, a fim de evitar mal-entendidos. FAIL Levi Trindade!
No final, Dick descobre um possível segredo que pode mudar tudo o que ele pensava a respeito do assassinato de sua família, bem como, seu relacionamento com Bruce Wayne... ou não. Judd Winick gosta de brincar com aquilo que ele considera "suspense". Provavelmente essa "ponta solta" não deve render nada de interessante, pra variar.
Na segunda história, Paul Dini constrói um enredo simples, no qual é apresentada uma personagem chamada de "Corretor", um sujeito que ganha a vida providenciando locais para servirem de esconderijo ou base para vilões. É uma trama que fala sobre os conflitos internos de um homem que repudia completamente o trabalho que faz, mas que, ao mesmo tempo, não possui mais nada a fazer além daquilo que tanto odeia. Nada de novo no front, portanto. Silêncio continua sendo vigiado de perto pelos aliados da Morcega, mas, sinceramente, não dá para perceber onde o Dini quer chegar com isso.
Resumindo: essa é uma edição fraca e a única boa notícia é que (finalmente) as histórias do Morrison voltam no próximo número. Aleluia!
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