sábado, 31 de julho de 2010

Review: Batman # 92

Há muito tempo eu não lia um material do Batman que pudesse ser chamado de "empolgante". Confesso que não gostei das primeiras histórias do Grant Morrison nos títulos da Morcega. A idéia de substituir Bruce Wayne pelo Dick Grayson não é nova, pois isso já foi feito no arco Filho Pródigo, que sucedeu a mal-formulada Queda do Morcego. No Brasil essas duas fases foram publicadas pela Abril no saudoso (?) formatinho.

Quando li artigos sobre os planos do escocês maluco para o Batman, também não me animei muito. Acontece que eu sou meio purista em relação às personagens de HQ´s e a inclusão do filho do Bruce e Tália no universo regular me fez torcer o nariz muitas vezes e justamente por esse motivo não acompanhei o arco Batman R.I.P. . Mas tenho acompanhado algumas análises de edições recentes de Batman & Robin e o público americano (que também sabe ser muito conservador, quando quer) parece ter gostado do trabalho do careca.

Muito bem, acho que já deu pra perceber que não sou fã de tudo o que o Morrison escreve para os quadrinhos, certo? Ótimo, porque a partir de agora eu vou poder fazer os merecidos elogios para essa edição sem parecer um fanboy.

Como eu disse antes, a idéia do Dick assumir o posto de Batman no UDC não é muito original. A diferença aqui é que o Morrison traçou um plano e uma meta bem definida para essa mudança e sabe conduzir a trama de forma que até os leitores mais chatos (como eu) são seduzidos pelo desdobramento da história e pela interação entre as personagens. Acredito que o escocês queria apresentar uma nova faceta para o Batman e isso não seria possível se Bruce Wayne continuasse sob a máscara. Dick é mais descontraído, um cara que pega pesado quando é preciso, mas sem ser soturno e anti-social como seu antigo mentor. É muito interessante ver como ele se relaciona com Damian porque, aparentemente, eles têm uma relação típica e não-assumida de irmão mais velho e irmão mais novo.

Aliás, o garoto merece um comentário à parte. Ao todo, no universo regular, quatro personagens já ocuparam o posto de Robin: Dick Grayson, Jason Todd, Tim Drake e Stephanie Brown. E a história é sempre a mesma: todos os Robins são obrigados a trabalhar estritamente conforme a vontade ou as instruções do Batman, sob pena de demissão por justa causa. Todos os aliados de Bruce Wayne fazem o que ele deseja/planeja, por bem ou por mal, conscientemente ou não. É sério, pergunte ao Superman.  =P

O fato é que mais um Robin não acrescentaria nada de novo (seja ele quem fosse), a menos que outra pessoa estivesse no lugar do Wayne. E é aí que a mecânica do enredo começa a funcionar. Quando Morrison coloca Dick no papel de Batman e o faz trabalhar juntamente com o Damian, o resultado é algo totalmente novo e interessante. Ora, o que mais Dick poderia fazer com o capetinha senão mantê-lo sob extrema vigilância e controle? E de que forma ele poderia fazer isso em tempo integral, senão manter o menino ao seu lado e inclusive ajudá-lo como novo Robin?

A verdade é que Alfred e Dick têm esperança de que Damian assuma o legado heróico de seu pai algum dia. Mas até lá o moleque terá de mudar seu temperamento difícil e abdicar dos  conceitos recebidos de sua mãe e da Liga dos Assassinos.

O que é mais legal nessa nova dupla dinâmica é que agora temos uma inesperada inversão de papéis: Batman agora é mais extrovertido e menos sisudo, enquanto Robin é arrogante, violento e mau-humorado. Esse detalhe rende diversas situações cômicas e abre um amplo leque de possibilidades a serem exploradas. Em resumo, os novos Batman e Robin são bem diferentes de suas versões anteriores. E justamente por esse motivo a leitura desse título é muito divertida.


Finalmente, vale comentar o trabalho de Frank Quitely. Eu gosto da arte dele, mas quando vi as primeiras imagens disponibilizadas na net sobre a parceria com o Morrison, me convenci de que seu traço não combina muito com o Batman. Contudo, esse pequeno "porém" não chega a ser tão relevante, pois o Quitely deve assinar apenas três edições no total e saber isso me fez apreciar melhor a breve passagem dele pela revista. Admito que as cenas em que ele desenhou o Robin todo convencido à bordo do batmóvel e na qual Batman e Robin planam sobre a Delegacia de Gotham são incríveis.

Enfim, tenho que reconhecer que tanto o Morrison quanto o Quitely fizeram um bom trabalho nessa edição e me deixaram ansioso para ler a próxima, algo muito raro de acontecer atualmente com um título do mainstream.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Sideswipe ROTF Custom





Esse é o meu primeiro custom. Para esse trabalho usei 4 tintas poliéster: prata diamante, cinza austin, cinza fulminator e azul munich. Também utilizei verniz vitral azul, preto e vermelho, além de betume. 

A carroceria e o corpo do robô foram pintados com a cor prata diamante. As outras cores foram usadas para os detalhes. Nos olhos, lanternas e lâminas dos joelhos eu apliquei o verniz vitral, o que deixou essas partes mais brilhantes. Na terceira imagem é possível fazer uma comparação entre o toy original e a minha versão custom

A grande vantagem desse molde é que ele pode ser facilmente desmontado, pois a maioria das peças são unidas por parafusos e há poucos pinos. Imagino que, para um marinheiro de primeira viagem, o resultado foi bastante satisfatório.  =P













segunda-feira, 12 de julho de 2010

Customização: uma experiência pessoal

Eu não sou um modelista. Não tenho conhecimentos profundos sobre aerografia e tampouco fiz cursos ou li livros específicos sobre arte e pintura. Tudo o que aprendi até hoje foi na base da "tentativa e erro" e o objetivo aqui é trocar conhecimentos e experiências sobre os customs.

Sou apenas um iniciante e certamente é possível encontrar centenas de pessoas que dominam o aerógrafo melhor do que eu numa busca rápida pela net. Nos EUA e na Ásia existem muitos caras talentosos com trabalhos fantásticos com
action figures diversos e Transformers. Mas aqui no Brasil não conheço muitas pessoas que façam customização com Transformers ou, melhor dizendo, não com qualidade comparável àquela que se encontra no exterior.

O que eu faço é customização, não modelismo. E qual é a diferença? O modelista, em regra, é aquele que compra "kits" com miniaturas de automóveis, aviões, navios, dentre outros objetos, para recriá-los em escala reduzida. Normalmente, as peças desses kits veem separadas e precisam ser lixadas, montadas, coladas e pintadas. É um trabalho complexo, que envolve certa habilidade, estudo e dedicação (principalmente porque o objeto ou veículo é reproduzido da forma mais realista e detalhada possível, dentro de seu período histórico). A
customização pode ser definida como uma adaptação, um aprimoramento, alteração ou ainda, uma personalização do objeto.

Os dois tipos de customização mais comuns são o
kitbashing e a pintura. O primeiro envolve a alteração, criação ou substituição das peças originais do item (um carrinho, um avião ou, no caso, do Transformer) e assim distinguí-lo dos demais, pelo seu formato ou modelo únicos. Já a pintura se limita a alterar o esquema de cores do objeto, distinguindo-o da peça original, seja para aprimorar a pintura, seja para criar, com as cores, um personagem diferente ou novo.

Confesso que não tenho talento para o kitbashing, embora admire meus amigos que conseguem esculpir peças, ou mesmo adaptá-las com sucesso para utilizá-las em suas customizações. No meu caso, prefiro me limitar à pintura e às diversas possibilidades que ela oferece.

Frequentemente as pessoas me perguntam o que é necessário para começar a customizar brinquedos ou
action figures. Por isso, gostaria de apresentar aqui algumas dicas - baseadas em minhas experiências - para aqueles que desejam fazer seus customs.

Kit básico de sobrevivência - Para fazer customizações de pintura, é necessário ter:



1. Compressor de ar. Não é necessário um compressor profissional ou industrial. É possível fazer os trabalhos com os modelos de "ar direto", que são mais baratos, mas aconselho adquirir um modelo com reservatório, com pelo menos 25 litros. Os compressores de ar direto tem de ser utilizados por, no máximo uma hora e permanecer "em descanso" por pelo menos dez minutos, para evitar danos ao equipamento. Já os compressores com reservatório não possuem esse empecilho e podem ser utilizados por horas a fio. Muitos modelos de compressores não demandam manutenção constante, mas apenas uma troca de óleo a cada seis meses.



2. Aerógrafo. Existem diversos tipos de modelos no mercado. É uma ferramenta pneumática, como se fosse uma mini-pistola de ar para expelir a tinta de forma uniforme sobre o objeto. Para fazer customs, não é preciso ter um aerógrafo de primeira linha, mas aconselho comprar um modelo que tenha ponta (bico) entre 0,30 milímetros e 0,35 milímetros. Esse tamanho da ponta permite pintar peças pequenas e médias (como em geral são as peças de brinquedos e kits), usando as mais variadas espécies de tintas e vernizes. Esse é um equipamento que demanda certo cuidado, principalmente em seu manuseio, porque sua manutenção e substituição de peças costuma ser bastante onerosa. O aerógrafo deve ter uma mangueira de, pelo menos 2,5 m (dois metros e meio) e os engates ou roscas para acoplá-lo ao compressor.



3. Lixas. Antes de pintar, é necessário retirar as rebarbas e imperfeições (ou pelo menos minimizá-las). A tinta não esconde ou recobre defeitos, por ser aplicada em uma camada muito fina. Por isso o lixamento deve ser bem feito, já que ele irá garantir um melhor acabamento e, muitas vezes, evitar que as peças do objeto raspem entre si ou produzam atrito, o que irá comprometer a pintura. Para a customização, é importante ter pelo menos três tipos de lixas: 320 ou 400 (para grandes imperfeições), 600 (para imperfeições moderadas) e 1.000 ou 1.200 (para acabamentos). Sempre que utilizar uma lixa 320, 400 ou 600, é aconselhável lixar o local também com a 1.000 ou 1.200, pois essas últimas ajudam a disfarçar os riscos provocados pelas lixas mais grossas e deixam a superfície do objeto mais lisa e homogênea.



4. Tintas. Há diversos tipos de tintas que podem ser utilizadas para pintar objetos plásticos. As mais comuns são a do tipo "Duco" e a "poliéster". Pessoalmente prefiro a poliéster, porque ela dispensa diluição e tem secagem rápida, além de um bom acabamento. Antes de aplicar a tinta, sempre pulverizo os objetos com seladora para plástico. A seladora ajuda a criar uma camada uniforme na superfície e melhora consideravelmente a aderência da tinta. Tanto as tintas Duco e poliéster quanto a seladora podem ser encontradas em lojas que vendam tintas automotivas. Ainda sobre a tinta poliéster, após sua aplicação, é necessário pelo menos um demão de verniz automotivo, para proteger a tinta e conferir a ela um efeito brilhante. Fiz alguns testes com vernizes foscos encontrados em papelarias e também obtive bons resultados.



5. Pincéis. Nem todos os objetos e peças a serem customizados podem ser pintados com o aerógrafo. Às vezes torna-se necessário dar acabamento ou retocar com pincéis. Por esse motivo, é importante ter pincéis de vários tipos e tamanhos, desde as pontas mais finas até as mais grossas, porque existem pincéis próprios para cada tipo de trabalho.



6. Verniz Vitral e Esmalte vitral. O verniz vitral serve para se pintar objetos translúcidos, com a finalidade de reproduzir vidros de automóveis com "insulfilm", ou lanternas de automóveis, por exemplo. O esmalte vitral, por sua vez, confere um efeito semelhante, mas sem deixar o objeto translúcido. Após a secagem, o esmalte apresenta um aspecto leitoso. Portanto, para fins de customização, o verniz vitral é muito mais utilizado, já que o esmalte pode ser substituído pela tinta Duco ou poliéster.


7. Diluidores. Algumas tintas usadas para modelismo e customização precisam ser diluídas. É o caso, por exemplo, do verniz vitral, citado no item anterior. Esse verniz deve ser diluído em solvente específico (preferencialmente da mesma marca que o verniz), com proporção de aproximadamente 70% (setenta por cento) de solvente e 30% (trinta por cento) de verniz. Não recomendo a utilização de thinner, acetona ou removedor de esmaltes em peças plásticas, pois essa substâncias costumam agredir o plástico e podem comprometer todo o trabalho. Para aqueles que pretendem obter um efeito de envelhecimento ou sujeira nas peças, utiliza-se o betume, que é diluído em aguarrás mineral, na proporção de 80% (oitenta por cento) de aguarrás e 20% (vinte por cento) de betume. Atenção: é altamente aconselhável realizar testes prévios tanto para as tintas quanto para os diluidores e, assim, evitar danos aos objetos a serem customizados.


8. Fita adesiva. Nem sempre o objeto ou peça vai ser pintado com uma única cor. Por isso, após a aplicação da seladora e da tinta, deve-se proteger (ou, como dizem, "mascarar") algumas partes para se utilizar uma segunda ou terceira tintas com fita adesiva. A fita deve aderir totalmente à superfície do objeto, pois, do contrário, o ar e a tinta do aerógrafo irão penetrar pelo vão entre a fita e a parte que deveria ser protegida, o que irá estragar o trabalho e obrigar o customizador a repetir toda a operação de pintura.



9. Pinças. Essas ferramentas são muito úteis devido à sua grande versatilidade. Podem ser usadas no processo de montagem e desmontagem dos objetos ou para segurar peças que estão sendo pintadas (por uma parte ou face do objeto que está sendo protegida com fita, obviamente). Podem ser encontradas com facilidade nas grandes perfumarias.





10. Máscaras para pintura. Esse é um equipamento essencial para quem trabalha com aerógrafo, porque muitas tintas contém partículas de minerais que podem ser inalados. E uma vez instalados no organismo, esses minerais podem provocar sérios danos à saúde.




Outros requisitos:

1. Paciência. Para ser modelista ou customizador é necessário ter muita paciência. Nem sempre o trabalho é bem sucedido e, invariavelmente, será necessário refazê-lo várias vezes ou retocar peças já na fase final de acabamento. Isso é normal e a pessoa deve manter a calma. Nunca faço um trabalho com o aerógrafo se não estiver realmente disposto, porque essa atividade deve ser prazerosa e não mais uma fonte de stress.

2. Dedicação. No início pode ser difícil, mas a prática constante e o aperfeiçoamento de técnicas ajudam a obter melhores resultados.


3. Tempo e local adequados. Caso não tenha ficado evidente até aqui, a customização demanda muito tempo (no meu caso, meses) e também não pode ser feita em qualquer ambiente. Quem mora em apartamento não pode instalar um compressor em casa, seja pela falta de espaço, seja pelo considerável barulho produzido pela máquina. O trabalho de customização deve ser feito em um ambiente arejado e com boa claridade.

4. Habilidade. Não adianta enganar. Como todo trabalho manual, é preciso ter certa habilidade para trabalhar com pincéis e o aerógrafo. A habilidade pode ser adquirida com o tempo e a prática, mas a pessoa deve ter o mínimo de aptidão.

5. Imaginação. Para o customizador que dispõe de todos os recursos acima, também é imprescindível ter imaginação para pensar, desenvolver e criar. Há muitas possibilidades e variáveis de esquemas de cores para um único objeto e a imaginação é o limite para qualquer tipo de trabalho. Em outras palavras, a qualidade do custom dependerá tanto da habilidade no acabamento do item quanto da originalidade do projeto e isso depende diretamente da capacidade de desenvolver uma idéia e colocá-la em prática.


Estes são, basicamente, os materiais e requisitos mínimos para se começar a customizar objetos. Muito embora seja verdade que algumas pessoas consigam obter bons resultados utilizando tintas spray ou utilizando tintas de plastimodelismo e pincéis para customs parciais ou totais, os trabalhos de melhor qualidade demandam os equipamentos e ferramentas que descrevi. Espero que esse artigo ajude a orientar aqueles que se interessam pelos customs e desejam começar a fazê-los. Bom divertimento! =D

domingo, 11 de julho de 2010

Transformers: uma paixão infantil

Para falar do meu hobby (customização), é preciso explicar, ou ao menos tentar, minha admiração pelos Transformers. Meu primeiro contato com Transformers ocorreu por conta do desenho animado exibido no Brasil a partir de 1986, pela Rede Globo. Quando me lembro disso, invariavelmente sou obrigado a dizer "bons tempos...".


Naquela época todo garoto aguardava ansiosamente a semana toda até o domingo, quando, a partir do meio-dia, era exibida, na Globo, a trinca de animações Thundercats, Transformers e G.I. Joe (nessa ordem). Era simplesmente detestável quando os episódios não podiam ser exibidos por causa dos horários malucos das corridas de Fórmula 1 ou dos campeonatos de futebol.

Dos três desenhos citados acima, sem dúvida o mais popular era Thundercats. E isso é bem compreensível, dada a qualidade dos efeitos, da animação, o enredo, etc. Mas eu também gostava muito de Transformers, talvez porque, de certa forma, o conceito de robôs que se transformam me lembrasse do saudoso animê Pirata do Espaço... O fato é que eu achava alguns personagens extremamente carismáticos, como o ícone pop Optimus Prime (por aqui chamado de "Líder Optimus"), o canastrão Starscream, o ranzinza Cliffjumper, entre tantos outros.

E aqui cabe uma observação importante sobre o desenho. Ao contrário do que muita gente pensa, os brinquedos da linha Transformers não foram inspirados na animação. Na realidade, ocorreu justamente o contrário. Não pretendo discorrer muito sobre a história dos robôs, mesmo porque há inúmeros artigos na net sobre isso, mas, basicamente, basta saber que, no início dos anos 1980, a empresa americana Hasbro se interessou por duas linhas de brinquedos lançados pela Takara Tomy, chamadas Diaclone e Micromen. Um fato curioso sobre esses robôs é que eles não eram autômatos, isto é, eram máquinas operadas por pilotos humanos. Os robozinhos não tinham nomes e, muito menos, facções.


Não demorou muito para que os executivos da Hasbro avaliassem o grande potencial daquele conceito (robôs que se transformam em objetos) e, assim, os americanos firmaram uma parceria com os japoneses (que perdura até hoje), para lançar, nos EUA, uma primeira leva desses robôs.


Com o intuito de alavancar as vendas, foi encomendado um desenho animado e, a partir daí, foi criado todo o conceito sobre os Transformers, ou seja, seres alienígenas não-orgânicos do planeta Cybertron que, devido a uma grande guerra civil que se arrasta por milhões de anos, encontra-se em grande escassez de recursos energéticos. Existem duas facções que lutam pelo controle do planeta, Autobots e Decepticons, sendo que, em dado momento, os primeiros decidem empreender uma missão de exploração em outros mundos (à bordo da nave "A Arca") para obter os recursos de que seu planeta necessita. Mas ao serem perseguidos e abordados pelos Decepticons, a Arca é avariada e obrigada a fazer um pouso de emergência em um planeta próximo (no caso, a Terra). Por medida de segurança, toda a tripulação (Autobots e Decepticons) é mantida em animação suspensa, mesmo após a chegada à Terra, quando A Arca aterrisa sobre um vulcão.



Milhões de anos depois, em 1984, esse vulcão entra em erupção, o que ativa novamente o computador central da nave (Teletran 1) e este inicia o procedimento padrão de exploração pelo planeta e envia uma sonda-satélite. A sonda grava imagens de vários veículos, como automóveis e aviões, o que faz o computador concluir que as máquinas seriam a população do planeta (assim como Cybertron) e não os seres humanos. Assim, Teletran 1 ativa um dos cybertronianos (Skywarp), que passa a reanimar os seus companheiros Decepticons e, quando a tarefa é concluída, Starscream sugere destruir os Autobots, mas Megatron não concorda, preferindo deixá-los eternamente em animação suspensa. Depois que os Decepticons saem da Arca, Starscream, secretamente, desobedesse as ordens de seu líder e dispara contra a nave, com o intuito de destruir seus inimigos, provocando um grande desmoronamento. No entanto, o desmoronamento fez com que Teletran 1 também ativasse os Autobots.




Rapidamente os Decepticons percebem que o planeta Terra é rico em recursos naturais, que podem ser utilizados como matriz-energética para abastecer Cybertron e propiciar a vitória definitiva contra os Autobots. Por essa razão, Megatron instala sua base na espaçonave utilizada para perseguir A Arca (chamada Nêmesis, que aterrisou no fundo do oceano) e passa a elaborar sucessivos planos para tomar diversas fontes energéticas dos humanos e construir cubos de energon (a fonte de energia dos cybertronianos). Contudo, todas essas tentativas foram frustradas pelos Autobots, muitas vezes com o auxílio dos humanos (principalmente do jovem Spike Witwicky e de seu pai, Sparkplug).

A Hasbro também decidiu investir em quadrinhos e por isso encomendou uma série regular com a Marvel Comics. Alguns dizem que o nome do comandante Decepticon, Megatron, foi idéia do então editor-chefe da Marvel, Jim Shooter. As origens, cronologias e personagens do desenho e das HQ´s seguiram rumos independentes, o que é motivo de muitos debates entre os fãs. Uma das diferenças básicas entre as duas mídias se refere à criação do Planeta Cybertron.

Nos quadrinhos a raça cybertroniana teria surgido em função das lutas de duas divindades extremamente poderosas, chamadas Primus e Unicron. Primus era uma entidade benigna e por muito tempo tentou impedir que Unicron destruísse todo o universo, até que conseguiu aprisionar seu adversário em um asteróide. Mas Primus sabia que aquela prisão não iria conter Unicron para sempre e, por isso, usou seu poder para usar de seu corpo um grande planeta (Cybertron), de onde surgiria uma raça de seres autômatos capazes de enfrentar a maldade de Unicron. Este último, por sua vez, após milhões de anos, também adquiriu a capacidade de transformar o antigo asteróide em um corpo robótico, para infelicidade do universo.


Na versão animada, os cybertronianos foram criados por uma outra ração alienígena, chamada Quintessons e eram utilizados por estes como operários e soldados. Posteriormente os cybertronianos se rebelaram contra a opressão dos Quintessons e os expulsaram de Cybertron e durante algum tempo, houve paz. Mas os militares, liderados por Megatron, passaram a reivindicar cada vez mais autoridade e poder, inclusive para estender seu domínio sobre outros mundos e a divergências oriundas desse pensamento radical fez surgir duas facções: Autobots (os antigos operários) e Decepticons (os militares).


Outros desenhos da época, como Thundercats, também tinham sua versão em quadrinhos, mas não era tão elaborada (nos desenhos e roteiros) quanto Transformers. Outro grande diferencial é que, em 1986, foi feito um longa metragem animado, chamado Transformers - The Movie, que, tanto pelo roteiro quanto pela animação, se aproximava muito dos animês japoneses (muito provavelmente em razão da equipe de asiáticos envolvida no projeto). Esse filme era muito mais sombrio e violento do que a série americana e, de forma inédita, apresentou a morte de diversos robôs, inclusive de Optimus Prime. Aliás, cabe aqui outra observação pessoal: nunca gostei muito do Megatron. Sempre mantive a expectativa de que, um dia, Starscream iria conseguir "puxar o tapete" de seu comandante e assumir a liderança dos Decepticons. E nesse filme tenho que reconhecer que Megatron faz jus à sua posição (sendo o primeiro vilão dos desenhos mainstream que realmente consegue dar cabo do "mocinho") e, ao mesmo tempo, pude assistir, com júbilo, Starscream finalmente alcançar seu objetivo (ainda que por breves momentos).


O filme foi lançado como parte intermediária entre a segunda e terceira temporadas do desenho e, na prática, justificou toda uma nova linha de brinquedos, com novos personagens (não tão carismáticos quanto os originais, na minha opinião). No Brasil apenas alguns dos episódios da terceira temporada foram exibidos nos domingos porque a Globo alterou sua grade de programação e a saudosa "trinca dominical" de desenhos deixou de ser exibida.


O desenho americano se prolongou até a quarta temporada (que conta com apenas três episódios). No Japão a série foi alterada e alguns fatos da terceira e quarta temporadas são desconsiderados. Os japoneses criaram episódios novos para a série até o final da década de 80 e início da de 90 (com o OVA Transformers: Zone).

Desde então foram lançadas diversas séries de Transformers, tanto nos EUA quanto no Japão e tudo o que foi lançado entre o primeiro episódio More Than Meets The Eye e Transformers: Zone, foi chamado de Generation One, ou simplesmente G1. No ocidente, a única série que conseguiu se equipar (ou superar) a original em popularidade foi Beast Wars, lançada em 1996, pela incrível qualidade de roteiros e desenhos. Nesse artigo não pretendo falar sobre cada uma das séries de Transformers, mas, se houver interesse, recomendo esses links: http://http//pt.wikipedia.org/wiki/Transformers_) e http://http//www.tfbrasil.net/animacao.html .


Da mesma forma que outros milhares de fãs, deixei de acompanhar os Transformers após a G1 e os robôs permaneceram nas minhas memórias da infância, mas quando criei uma conta no orkut, uma das primeiras comunidades que procurei foi justamente sobre Transformers. Um pouco antes também tinha acompanhado Beast Wars com grande empolgação e, quando foi anunciado um filme live action, passei a reunir informações sobre o universo dos Transformers e, de certa forma, a retomar o tempo perdido. Sem perceber, eu havia entrado em um meio até então completamente desconhecido: o universo do colecionismo. Mas isso é assunto para outro artigo.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Apresentações

Eu ia começar escrendo algo do tipo "um novo começo...", mas, depois de dois segundos, percebi o quanto esse título seria idiota, já que todo começo pressupõe algo novo, alguma coisa que se inicia.

Há algum tempo meus amigos me sugeriram criar um blog para expor meus trabalhos com pintura e customização de action figures. Depois de pensar muito a respeito, decidi aceitar o desafio, mas com uma proposta um pouco mais abrangente. Este espaço será utilizado para expressar as idéias loucas que passam pela minha cabeça, algumas experiências e atividades (como milhões de outros blogs do mundo... =P ).

Inicialmente, pretendo publicar artigos sobre temas de meu interesse, como HQ´s, filmes, games e livros. Posteriormente... bem, quem viver, verá.