Quando fiz alguns comentários sobre a edição anterior, não pretendia fazer um review das seguintes. Mas após ler a continuação de Batman & Robin, achei a história tão incrível que acabei mudando de ideia.
Considero essa a melhor revista mensal da Panini do mês de agosto. E por quê? Bem, Morrison consegue construir personalidades marcantes para os personagens. Nessa edição conseguimos entender melhor a forma de pensar e as motivações das personagens envolvidas, o que enriquece a trama, principalmente pelos fatores psicológicos envolvidos e pelas sutis referências ao passado dessas personagens (coisa que todo leitor de HQ´s aprecia).
Quanto à história, aqui temos o desdobramento dos fatos apresentados antes e conhecemos melhor o vilão Porko. Ele possui um circo de aberrações e é completamente insano, o que é requisito essencial para um vilão do Batman. =P
Porko costuma desfigurar suas vítimas e auxiliares, implantando neles máscaras disformes e destruindo suas personalidades com uma droga muito peculiar e que se assemelha a um vírus. Grant Morrison teve uma boa sacada ao utilizar a temática circense na primeira história de seu novo Batman. Dick Grayson era filho de trapezistas e toda sua infância foi passada em um circo. Assim, é fácil para Grayson identificar gírias circenses e descobrir pistas fundamentais para o caso.
Considero essa a melhor revista mensal da Panini do mês de agosto. E por quê? Bem, Morrison consegue construir personalidades marcantes para os personagens. Nessa edição conseguimos entender melhor a forma de pensar e as motivações das personagens envolvidas, o que enriquece a trama, principalmente pelos fatores psicológicos envolvidos e pelas sutis referências ao passado dessas personagens (coisa que todo leitor de HQ´s aprecia).
Quanto à história, aqui temos o desdobramento dos fatos apresentados antes e conhecemos melhor o vilão Porko. Ele possui um circo de aberrações e é completamente insano, o que é requisito essencial para um vilão do Batman. =P
Porko costuma desfigurar suas vítimas e auxiliares, implantando neles máscaras disformes e destruindo suas personalidades com uma droga muito peculiar e que se assemelha a um vírus. Grant Morrison teve uma boa sacada ao utilizar a temática circense na primeira história de seu novo Batman. Dick Grayson era filho de trapezistas e toda sua infância foi passada em um circo. Assim, é fácil para Grayson identificar gírias circenses e descobrir pistas fundamentais para o caso.
No review anterior eu havia dito que Frank Quitely não tem um traço muito apropriado para o Batman, mas, depois de ver a cena ao lado eu quase mudei de opinião. Esse é o quadro que inicia a história e percebemos claramente a frustração de Dick. Nele percebemos que ele se sente mal, por ser impelido a fazer algo que não quer (se tornar Batman) e perceber que pode não estar à altura da tarefa. Todos nós já passamos por uma situação semelhante. E a forma como essa cena foi retratada é brilhante, porque expressa tudo aquilo que a personagem sente.
Também podemos observar que Alfred continua fazendo o papel de pai e de conselheiro, tal como na época de Bruce Wayne (aliás, esse desenho também mostra o lado paternal de Alfred e isso também confere à imagem uma grande beleza). Mas Dick e Bruce são pessoas diferentes e Alfred sabe disso muito bem. Por isso, nada de diálogos irônicos ou discussões filosóficas (tão comuns no trato com o Batman original). O mordomo busca consolar e animar Dick evocando a família Grayson, os valores recebidos dela e, principalmente, as lembranças do circo onde Dick viveu. A máxima de que "o show deve continuar" atua como uma injeção de ânimo e faz o novo Batman recobrar seu entusiasmo.
Grayson percebe, com certa melancolia, que apesar de usar o capuz de seu mentor, não é igual a Bruce e provavelmente nunca será. Portanto, Dick deve agir de forma diferente, ser ele mesmo e procurar seguir um caminho próprio. Nesse breve diálogo com o mordomo Morrison conseguiu aprofundar mais a personalidade de Dick do que muitos roteiristas, em vários anos de revista solo do Asa Noturna. Assim, temos algumas diferenças no modus operandi do Morcego, o que não deixa de passar despercebido aos policiais de Gotham e, principalmente, ao comissário Gordon.
E como era de se esperar, o relacionamento entre Dick e Damian continua tenso. O rapaz é impulsivo e descontrolado, enquanto Grayson é calmo e descontraído. Os dois não poderiam ser mais diferentes, mas por obra do destino tem de trabalhar juntos. Nessa edição testemunhamos uma discussão entre eles e, nela, entendemos melhor o pequeno Damian. Imaginem como deve ser difícil para uma criança ver alguém vestido como seu recém-falecido pai e, ainda, ter de conviver com esse alguém. Esse detalhe, tão bem explorado pelo Morrison, me fez ver o moleque de forma diferente. Percebemos, com isso, que Damian esconde sua tristeza e insegurança por trás de uma máscara de arrogância, o que é bastante comum em um pré-adolescente.
Esses pequenos mas importantíssimos detalhes tornam essa uma das melhores histórias do Batman dos últimos anos. Além disso, os personagens coadjuvantes concebidos pela mente insana do escocês engrandecem a trama e também merecem uma menção honrosa. Palmas para Morrison e Quitely.
A outra história do título tem roteiro de Paul Dini, famoso pelas adaptações dos heróis da DC em animações e longa-metragens, durante a década de 1990. Trata-se da continuação do arco que se iniciou na edição anterior e a sequência se revelou mais interessante do que a primeira parte. Dini procura delinear melhor o novo status de Gotham, agora sob o comando do Máscara Negra. E também apresenta um novo capítulo na vida de Tommy Elliot, o mala criado por Jeph Loeb em Silêncio.
Sempre achei o Silêncio um vilão meia-boca. Por mais que os roteiristas tentassem retratá-lo como alguém perigoso, ele nunca conseguiu cativar os leitores. E não é para menos: o vilão não tem o menor carisma. Mas Dini usa a personagem de forma inteligente e provoca uma certa aflição quando o plano de Elliot fica claro: sabotar a nova dupla dinâmica dilapidando a fortuna Wayne. Ora, Ra´s Al Ghul deduziu que Bruce Wayne era o Batman pelo simples motivo do milionário ser o único em Gotham com recursos financeiros capazes de sustentar o vigiliante. Sem a grana, nada de equipamentos, armas, veículos e todos os acessórios necessários para o Morcego realizar seu trabalho. Ponto para Paul Dini.
Mais uma vez, terminei de ler a revista com a sensação de que ela valeu o preço de capa. Nota 10!!
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